Brasil – Recursos minerais

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Um breve resumo…

As principais jazidas minerais do país estão situadas na Serra dos Carajás/PA (grande variedade de minérios, mas principal extração de minério de ferro e manganês), Vale do Trombetas/PA (bauxita), Quadrilátero Ferrífero (minério de ferro, manganês e ouro), Maciço do Urucum/MS (minério de ferro e manganês). Vide mapa.

Mapa das províncias mineralógicas do Brasil elaborado pelo prof. Marcos Bau Brandão. Os minerais metálicos brasileiros formaram-se nos crátons da era Pré-Cambriana e sua maior parte no período proterozoico que ocupa 4% do território (32% data do período arqueozoico). As reservas petrolíferas datam das eras mesozoica e cenozoica e o carvão mineral da era paleozoica (período carbonífero) e essas duas últimas riquezas energéticas não-metálicas formaram-se em bacias sedimentares (para relembrar as eras – clique aqui e veja tabela geológica do tempo).

A mineração de ferro é a principal atividade extrativa do país. O Brasil possui a quinta maior reserva do mundo, com um total estimado de 40 a 50 bilhões de toneladas, e é o segundo maior produtor. As maiores reservas estão, respectivamente, na serra dos Carajás, no Estado do Pará, e no Quadrilátero Ferrífero, no Estado de Minas Gerais. A maior extração responde pelo Quadrilátero, de onde sai cerca de 60% do ferro extraído no país.

Vídeo de reportagem da rede Record sobre a produção de ferro em Carajás.

Em Minas Gerais, o ferro apresenta altos teores e é explorado por dois sistemas independentes: no Vale do Rio Doce,  pela estrada de ferro Vitória-Minas que exporta pelo porto de Tubarão (Espírito Santo), e no Vale do Paraopeba,  pela estrada de ferro Centro-Atlântica de onde o ferro é levado ao porto de Sepetiba – no Rio de Janeiro – para ser exportado.
Na serra dos Carajás, os recursos para a exploração do minério de ferro foram adquiridos no exterior em forma de empréstimos, por meio do projeto Grande Carajás (primeira jazida descoberta em 1968). Obras como a usina hidrelétrica de Tucuruí, a estrada de ferro Carajás/São Luís, o porto Ponta da Madeira (de capital privado e adjacente ao porto do Itaqui que é o principal), na capital do Maranhão, favorecem a exportação não apenas do ferro mas também do manganês e do alumínio.
Vista do Porto do Itaqui, São Luis/MA. Fonte: http://www.portodoitaqui.ma.gov.br
 
A reserva de manganês do Brasil é a quinta maior do mundo, e o país é o terceiro maior produtor, superado apenas pela África do Sul e pelos membros da Comunidade dos Estados Independentes. As maiores reservas nacionais estão localizadas no Pará (serra dos Carajás), em Mato Grosso do Sul (maciço de Urucum – maior reserva de manganês do país estimada em 30 milhões de toneladas) e em Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero).
Pico do Itabirito no Quadrilátero Ferrífero/MG, 1586mts. Na base do pico, uma mina de ferro com 300 mt de profundidade da Vale Rio Doce, iniciada em 1942 por Antonio Augusto Trajano fundador da MBR. Fonte: www.panoramio.com/photo/5912982
 
O Brasil detém aproximadamente 20% das reservas mundiais conhecidas de bauxita, o principal minério de alumínio das jazidas do país. Ocupa o terceiro lugar em reservas, superado apenas pela Austrália e pela Guiné; é o segundo em produção. A maior parte das reservas, com teor médio de 45%, está localizada no Pará, principalmente nas jazidas próximas ao rio Trombetas, em Oríximiná, onde a extração mineral e o beneficiamento são realizados pela Companhia Vale do Rio Doce.
O Projeto Calha Norte surgiu em 1985, concebido com o propósito de proteger uma região considerada vulnerável para a segurança nacional, pois ocupa uma área rica em minérios (ouro, diamante, manganês e estanho) com 160 quilômetros de largura ao longo de 6,5 mil quilômetros de fronteiras na Amazônia Legal.
Os depósitos de manganês da serra do Navio (Amapá) estão exauridos. No lugar da serra, hoje resta praticamente um grande buraco. A ICOMI abandonou as jazidas depois de acabada a concessão em 2003 deixando para trás o impacto ambiental.
As minas da região sul do Brasil são responsáveis por 99,98% das reservas de carvão mineral betuminoso e sub-betuminoso brasileiras, sendo os outros 0,02% em São Paulo.
Central do Recreio, município de Minas do Leão/RS. Produção de 300 mil toneladas de carvão mineral por ano.
 
O Brasil possui cerca de 7% das reservas mundiais de cassiterita (2º produtor mundial), o único minério comercializável de estanho. As maiores reservas estão localizadas em Rondônia.
A maior parte das reservas de bauxita (Brasil, 2º produtor mundial) está localizada no Pará, principalmente nas jazidas próximas ao rio Trombetas.
 
Mineral não-metálico, o sal é usado na indústria química, na pecuária, na alimentação humana e para vários fins industriais. O Rio Grande do Norte participa com mais de 80% da produção de sal marinho, com suas salinas em Areia Branca, Mossoró e Macau.
 
O Projeto Grande Carajás (PGC) é gerido pela Companhia Vale***. Empresa também responsável pela exploração de minério de ferro nos 7.000Km2 do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, no Maciço do Urucum, maior reserva de manganês do país e terceira de ferro, em Corumbá/MS, e aparece como maior acionista da extração de bauxita no Vale Trombetas/PA.
 
***Em  set. 2007 o patrimônio estimado da Vale era de R$ 92 bilhões. A estatal Vale do Rio Doce foi vendida em maio de 1997, por R$ 2,1 bilhões. Somente no primeiro ano após a privatização, a empresa teve lucro de R$ 10 bilhões. 107 medidas judiciais entre ações populares e ações civis públicas tentam reverter a venda, realizada em maio de 1997.
Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/09/01/materia.2007-09-01.0494427047/view
Projeto Brucutu em São Gonçalo do Rio Abaixo/MG é a maior mina de ferro do mundo. Inaugurada pela Vale em 2006, produz uma média de 20 a 30 milhões de toneladas/ano.
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Conheça melhor a Vale hoje e clique com o botão direito para maior zoom. Fonte: http://media.folha.uol.com.br/mercado/2011/04/06/flash-vale-3.swf


129 thoughts on “Brasil – Recursos minerais”

  1. Bom dia!
    Professor, Preciso de sua análise:
    Se o morro do Urucum fosse descoberto hoje, considerando os avanços tecnológicos, qual tempo levaria para chegar ao que é o Urucum hoje e quais as dimensões aproximadas do impacto em virtude dessa rapidez na exploração?
    Permita-me ainda: Eu não visitei o Urucum, pode-se compará-lo a um grande buraco também?
    Atenciosamente.

    1. Olá Sergio,
      Desculpe, mas não tenho essa capacidade de análise pela falta de dados aprofundados sobre a jazida, pois não sou conhecedor/pesquisador do Maciço do Urucum.
      Cordialmente,

  2. professor, me esclareça por favor. O ferro provieniente de Carajás é exportado pelo porto de Itaqui, certo? Pq entao há livros que falam porto da Ponta da Madeira??

  3. O que você acha da informação de Roraima ter uma quantidade considerável do minério Nóbio? E que o Governo Federal já comercializou parte desse recurso sem autorização, ou de forma escuza.

    1. No mínimo triste, pois o Brasil continua errando ao permitir que o capital internacional determine o preço do que é extraído das nossas jazidas. No caso do nióbio temos praticamente 100% das jazidas, coisa que os chineses estão de olho e os americanos também. Conforme li “O plano do governo federal é dividir a Flona do Jamari em três grandes áreas (17 mil, 33 mil e 46 mil hectares) e usá-la como modelo, concedendo o direito de exploração à grandes empresas com o discurso de que preservariam melhor o meio ambiente.” Leia reportagem completa em http://www.inest.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=175:floresta-privatizada-em-rondonia-esconde-niobio-o-mineral-mais-estrategico-e-raro-no-mundo&catid=99:prodestrategico&Itemid=78

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