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Mapas
Escala
O mapa é uma representação gráfica de forma reduzida do que existe realmente no terreno. A expressão numérica da relação entre o que existe no terreno e o que foi colocado no papel denomina-se escala que pode ser representada de duas formas:
- Escala Gráfica: a leitura do mapa é feita através de uma espécie de gráfico como mostrado na figura abaixo.
Ex: Se a medida entre 0 e 100 for 1cm, significa que cada centímetro no mapa representa 100km no terreno.
Veja no mapa abaixo, o Brasil em diferentes escalas gráficas.
- Escala Numérica: quando a representação é feita através de números, utilizando uma razão, ou uma base de proporção aritmética.
Ex: 1:10.000.000 – Lê-se: um para dez milhões e significa que a área real foi dividida em 10.000.000 de vezes. Cada centímetro no mapa significa 10.000.000 de centímetros, ou 100 quilômetros na distância real do terreno.
Você Sabia? As escalas de 1:20.000 até 1:250.000 reproduzem cartas topográficas; menor que 1: 500.000 são chamadas de escalas corográficas (visão de uma região); menores que 1:1.000.000 representam mapas e as cartas gerais de escalas menores (1:205.000.000) podem atingir o mundo e são chamadas de planisférios (ALMEIDA; PASSINI, 2004).
Representações Cartográficas
O fato de a Terra apresentar um formato e geóide faz com que os mapas, invariavelmente, apresentem distorções, pois, quando confeccionamos um mapa, pegamos a geóide e transportamos para um plano, o que não seria possível sem as deformações dos mapas.
Ondulação geoidal em cor falsa, com relevo sombreado e exagero vertical (fator de escala 10000).
Como os mapas são representações planas de algo que possui volume, é inevitável a existência de distorções, significando que todas as projeções apresentam deformações de distância, áreas ou ângulos. As deformações são mostradas de acordo com a composição dos mapas, que serão mostrados abaixo. Por exemplo: de acordo com essa classificação, as projeções cilíndricas podem ser conformes (mantém a forma sem distorção) e equivalentes (mantém a área sem distorção) e as projeções azimutais são equidistantes (mantêm as distâncias sem distorcer).
A maior parte das projeções existentes hoje em dia derivam de três modelos básicos de composição: cilíndricas, cônicas e azimutais.
Projeção Cilíndrica
Essa projeção foi idealizada pelo belga Mercator em 1569 e consiste em envolvermos o Globo Terrestre em um cilindro e projetarmos para as suas paredes, todos os paralelos e meridianos, bem como os contornos dos continentes (vide figura que segue).
Como se faz uma projeção cilíndrica. No planisfério acima, a projeção de Mercátor explicada (e mostrada em vídeo) adiante.
Nessa projeção, os meridianos são perpendiculares aos paralelos, e estes vão se distanciando uns dos outros, à medida em que vamos nos afastando do Equador, por isso, as regiões de alta latitude são ampliadas exageradamente. A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma área da América do Sul, quando, na realidade, é três vezes menor que o Brasil. O objetivo técnico, porém, da projeção de Mercator, era manter as formas das massas continentais, mesmo causando deformidade na proporção entre as áreas. Por isso sua projeção cilíndrica é denominada conforme (mantém as formas/ângulos, mas distorce as áreas).
Planisfério: Projeção de Mercátor. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
Em 1973, o historiador alemão Arno Peters desenvolveu uma projeção cilíndrica denominada equivalente, cujo objetivo era apresentar as nações com as suas áreas reais, apesar de apresentar uma grande distorção entre as formas/ângulos.
Planisfério: Projeção de Peters. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
O cartógrafo Arthur Robinson desenvolveu uma projeção, em 1961, que tentou minimizar ao máximo as distorções nas formas, nas áreas e nas distâncias. A projeção de Robinson, apesar de possuir distorções nas altas latitudes (menores que as da projeção de Mercator), não é uma projeção equivalente, nem equidistante e nem conforme e intitula-se afilática ou indeterminada. Devido à minimização das distorções, a projeção de Robinson é muito usada nos livros atuais.
Além das projeções mais usadas em planisférios (Mercátor e Peters) temos a projeção de Aitof que põe a América no centro do planisfério e conserva a proporção (ou equivalência – por isso uma projeção equivalente) das áreas representadas, em detrimento da forma (elíptica – veja na figura abaixo).
Planisfério: Projeção de Aitof. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Para mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas, Goode fez uma projeção cartográfica iterrompida e descontínua como mostra a figura que segue.
Planisfério: Projeção de Goode. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Quando as áreas de um país ou continente assumem o tamanho proporcional ao dado que se quer mostrar (conversão de números e estatísticas em mapas) temos o que chamamos de anamorfose mostrada abaixo.
Planisfério: anamorfose. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Projeção Cônica
Para a projeção cônica imaginamos um cone tangenciando o Globo Terrestre e projetamos para este cone os paralelos e os meridianos. O resultado é um mapa em que os meridianos são retos e convergem para os pólos, enquanto que os paralelos são semicírculos concêntricos, a partir dos pólos. As projeções cônicas apresentam menores distorções nas áreas próximas ao paralelo que estiver tangente ao cone, geralmente nas zonas temperadas do Globo como mostra a figura a seguir.
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.
Projeção Azimutal ou Plana
Mapa confeccionado a partir de um plano tangente a um ponto qualquer sobre a superfície da Terra e projetamos para este plano, os paralelos e os meridianos, bem como todos os contornos dos continentes. Essa projeção é muito comum para representação dos pólos como mostra a figura que segue. A projeção azimutal é também chamada de geopolítica, devido ao seu uso constante durante a Segunda Guerra Mundial, com influência nas estratégias de guerra ao ponto da Conferência de São Francisco, que fez surgir a ONU, com sua logomarca sendo uma projeção azimutal equidistante (vide figura que segue).
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.
Referências:
ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 13.ed. São Paulo: Contexto, 2004.
COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.
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Parabéns professor ! O conteúdo postado é show !!!!!
🙂
O Material é completo, breve e direto. O desenvolvimento é perfeito e a cartografia mais parece uma arte. Parabéns!
O conteúdo postado no site serviu de grande complemento a matéria dada em sala, além de ser outra fonte confiável de estudo.
1° ano K
O conteúdo postado no site serviu de grande complemento a matéria dada em sala, além de ser outra fonte confiável de estudo.
Bom ter ajudado. Volta sempre que precisar!
Boa tarde!
Queria sabe se a projeção conica ela e usada nos dias de hoje?
E queria saber quais sao significado pas palavra ´´solsticios,equinocios“
Obrigado pela atençao e espero a resposta!
Boa tarde.
Olá Rodolfo,
A projeção cônica ainda é usada hoje sim, mas a azimutal a partir do polo é usada com uma maior frequência.
Sobre os solstícios e equinócios veja esse post: http://marcosbau.com/geogeral/fusos-horarios-solsticios-equinocios-e-coordenadas-geograficas/
O site está de parabéns. Gostei da forma que o professor explicou a matéria,com um vocabulário acessível ao nível do aluno.
Precisamos de mais sites como este.
Laura – 1º ano K