Tectônica das placas


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A teoria mais aceita da história da Terra é a do Big Bang, quando há aproximadamente 15 bilhões de anos uma enorme explosão lançou matéria (poeira cósmica) em todas as direções e deu origem ao agrupamento de galáxias que compõem o Universo. A gravidade começou a juntar os grãos de poeira em pedaços cada vez maiores e há cerca de 4,5 bilhões de anos surgiu a Terra. O planeta, desde então, era uma bola incandescente frequentemente bombardeada por meteoros formando assim sua atmosfera e causando o surgimento de formas de vida mais complexas.

Para entender melhor o parágrafo acima vale a pena assistir os 5 minutos do vídeo abaixo sobre a criação do Planeta Terra

É justamente na região de encontro entre uma placa e outra que ocorrem os fenômenos tectônicos (movimentação de placas por limites convergentes, divergentes e tangenciais ou transformantes) e as consequentes modificações na crosta terrestre. Por isso, as regiões mais sujeitas a fenômenos como vulcanismo e terremotos como o Japão, a Califórnia, o México, entre outras, estão situadas nos limites das placas tectônicas. As áreas mais estáveis, como, por exemplo, o território brasileiro, localizam-se no interior (parte mais centralizada) das placas.

Foto de erupção vulcânica no Equador em maio de 2010. VulcãoTungurahua.

Sobre fenômenos tectônicos, entenda melhor o terremoto do Chile acontecido em 27/02/2010 com as figuras abaixo. Fonte: Revista Veja.

Após o maior tremor no Chile de intensidade 8,8, no dia 27/02/2010, houveram nos cinco dias posteriores diversos tremores de menor magnitude. Verifique a figura abaixo em forma de relógio para um melhor entendimento. Fonte: Revista Época, 8/03/2010, p. 97.

Após o tremor, em 27/02/2010, de 8,8 na escala Richter, o Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA registrou no dia posterior um tremor de magnitude 6,1, às 8h25 locais (mesmo horário de Brasília), na região de Maule, a 184 km ao sul de Santiago. O hipocentro do tremor, ocorrido no continente, foi localizado a uma profundidade de 32 km.

Em 11 de março de 2011, um terremoto de 8,8 graus na escala Richter seguido de tsunami atingiu o nordeste do Japão, se configurando no maior terremoto que o território japonês sofreu e o sétimo do mundo em termos de destruição. O Japão encontra-se entre o limite de três placas tectônicas (Euro-Asiática, Filipinas e Pacífica) que convergem e tangenciam causando tremores constantes – veja na figura que segue as placas cruzando a superfície do Japão. No limite convergente existem partes da placa que exercem o tangenciamento e é nesse tangenciamento que acontecem os abalos sísmicos que causam catástrofes (imagine que o limite de placa é uma rachadura causada por pressão interna do magma que, por si só, é irregular; por isso onde converge em uma parte vai tangenciar em outra e causar o grande tremor a ponto de causar catástrofe).

Acima está trecho de cerca de 1 min. do making off do filme que mostra a falha de San Andreas. Guardadas as proporções ao levar em consideração que é um filme do chamado cinema-catástrofe, pode-se tirar proveito científico, pois a falha mostrada por duas vezes no vídeo é equivalente a uma falha real.

A maior parte do território japonês é constituído por dobramentos modernos acontecidos entre 24 e 2 milhões de anos atrás, na era Cenozoica. A orogênese moderna no Japão é o resultado do choque de duas placas oceânicas que formou um arco de ilhas entre fossas que marcam o limite das placas convergentes, como mostrado na figura abaixo. O pico mais culminante do Japão é o Monte Fuji, com 3.776 metros de altura.

Na convergência de placas há também o tangenciamento das mesmas e isso causa catástrofe como terremotos e tsunamis. Veja abaixo imagens impressionantes do tsunami japonês…

Sobre limites divergentes veja na figura abaixo a explicação sobre a Deriva Continental. Teoria apresentada em 1912 pelo geofísico alemão Alfred Wegener e comprovada na década de 1960 pelos geólogos americanos Harry Hess e Robert Dietz.

 Fotógrafo britânico registrou a falha geológica divergente da Islândia. Clique na foto para ver reportagem e outras fotos dessa falha geológica ou veja abaixo reportagem do programa da Rede Globo, Fantástico de 12 de junho de 2011.

Imagens retiradas do Guia do Estudante. Geografia Vestibular, 2009, p. 6, 25 e 43, respectivamente.

102 thoughts on “Tectônica das placas”

  1. Boa noite,
    Marcos.
    Estou começando nesse fascinante mundo da disseminação da ciência geográfica, e vez em quando venho ao seu blog pescar algumas informações.
    Gostaria antes de tudo parabenizar seu ótimo trabalho, sem dúvidas uma ótima forma de disseminar essa nossa paixão.

    Gostaria de saber a possibilidade de utilizar seu conteúdo em sala de aula. Sempre que possível estou recomendando seu blog e de outro colega.

    Enfim, parabéns pelo seu trabalho.

    Saudações geográficas.
    Wesley Torres

    1. Olá Wesley,
      Agradeço as palavras e fico também grato por poder ajudar. Claro que pode usar o conteúdo em sala! Sempre tive a ideia de tentar disseminar cada vez mais uma informação geográfica de qualidade.
      Bom saber que você está começando e tem a mesma paixão que geógrafo mais maduro como eu. Continue assim e no que precisar é só escrever que estamos de prontidão para responder!
      Um abraço,

  2. Faltou explicar sobre os limites de placas: divergentes, convergentes e transformantes. Gostaria de saber mais sobre os limites de placas.

  3. OLA
    Gostaria de saber sua opiniao sobre uma possivel mudança nas placas tectonicas entre america e africa , a qual poderá provocar tsunami no Brasil. Este é o assunto mais falado aqui no sul inclusive com adesao ate de prefeito de Sao Francisco de Paula , cidade com 900 de altitude por la ja estao estocando alimento !!!
    Acredita????

    1. Marcio,
      Dentre muitos dos males, a ignorância é um dos maiores existentes na humanidade. Entre a América e a África os limites são divergentes e por isso NÃO há possibilidade de tsunami no Brasil.
      Desculpe o termo, mas esse prefeito que você cita é um imbecil, assim como todos os que estão estocando alimento por receio de um tsunami brasileiro.

  4. Olá! Não sou aluna da Cris, mas sou professora também e o seu blog me ajudou muito nas minhas aulas e na minha pós que estou fazendo, muito interessante e com uma linguagem muito facil de entender. obrigada mil bjs. Elaine.

  5. Olá professor Marcos, minha prof. sempre diz que o estado da California pode se separar do resto dos Estados Unidos por um grande terremoto por causa da falha de SanAndreas. Mas em 1906 houve um grande terremoto (de 8 na escala Richter se não me engano) causado por um deslize da falha de San Andreas. Qual seria um valor aproximado de quanto precisaria para a separação? Algo como o do Japão ou do Chile?

    1. Olá Ricardo,
      O terremoto a que sua professora se refere é o “Big one” (tem esse nome por causa da intensidade do tremor – o pior acontecido foi em 1857 de 7,9 graus) que os cientistas temem acontecer na falha de San Andreas situada no Estado da Califórnia, EUA. Quanto à separação do Estado pela intensidade do tremor, não há um consenso entre os pesquisadores, mas sabe-se que a catástrofe será grande, pois “Ao longo desta falha, uma placa vai para um lado e a outra na direção contrária. Há indicação de que este atrito está acumulando energia. E tem o fator histórico. Por lá, já aconteceram tremores importantes, como o de 1906”, explica Renato Lima, geólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Na época, o tremor causou 700 mortes. Hoje, este número provavelmente seria maior, já que a população do estado pulou de pouco mais de 300 mil habitantes para 18 milhões.” Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/m/conteudo.phtml?tl=1&id=1105351&tit=Japao-e-EUA-temem-o-Big-One

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