A energia nuclear provém da fissão nuclear do urânio, do plutônio ou do tório ou da fusão nuclear do hidrogênio. É energia liberada dos núcleos atômicos, quando os mesmos são levados por processos artificiais, a condições instáveis. Veja na figura o funcionamento de uma central nuclear.
Fonte: SENE, Eustáquio; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2010, p. 499.
A fissão ou fusão nuclear são fontes primárias que levam diretamente à energia térmica, à energia mecânica e à energia das radiações, constituindo-se na única fonte primária de energia que tem essa diversidade na Terra.
Como forma térmica de energia primária, foram estudadas as aplicações da energia nuclear para a propulsão naval militar e comercial, a nucleoeletricidade, a produção de vapor industrial, o aquecimento ambiental e a dessalinização da água do mar.
O Brasil aprovou em maio de 2010 o licenciamento para a construção de Angra III que deve começar a operar em 2015, com potência de 1.045 MW. Angras I e II já em funcionamento tem potência de 657MW e 1.350MW, respectivamente (1,4% da matriz energética nacional). Hoje o Brasil domina o enriquecimento de urânio para reatores nucleares de pesquisa e espera um aumento de capacidade comercial para atender Angras I e II em volume industrial (a energia gerada por centrais hidroelétricas ainda é a mais barata no Brasil).
Apesar de polêmica, a geração da energia nucleoelétrica é responsável pelo atendimento de 18% das necessidades mundiais de eletricidade. São as aplicações da ciência e tecnologia nucleares que resultam em benefícios mais significativos, de amplo alcance e de maior impacto econômico e social (Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br).
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a demanda de urânio aumentará das 68 mil toneladas atuais a 142 mil toneladas até 2050.
Clique e veja o arsenal estimado dos países – Pelo Uol internacional
O Brasil e a Turquia em maio de 2010 mediaram um acordo que o Irã concordou em enviar parte de seu urânio de baixo enriquecimento ao exterior em troca de combustível para um reator de pesquisa médica. A primeira leva está programada para chegar na Turquia dentro de um mês.
Vídeo com o ministro das Relações Exteriores do governo Lula (2003-2010), Celso Amorim explicando em entrevista que as potências ocidentais não podem pedir confiança ao Irã e ao mesmo tempo “fazer ameaças”.
Pelo acordo, o Irã vai enviar à Turquia 1,2 mil quilos de urânio enriquecido a 3,5%, em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20% (veja figura que segue). No documento, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, compromete-se a informar sobre o processo à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e a buscar negociar com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Adaptado da Revista Veja, edição 2166 de 26 de maio de 2010. Colaboração do Prof. Heliton Leal. Clique na imagem para uma melhor visualização.
O acordo foi inicialmente sugerido como forma de permitir à comunidade internacional o acompanhamento do material nuclear que o Ocidente suspeita ser para a construção de armas nucleares no Irã.
Turquia, Brasil e Irã fizeram um apelo para suspender as negociações para novas sanções por conta do acordo de troca, mas críticos descrevem o acordo como uma tática para evitar ou adiar as sanções.
Apesar do acordo, Washington circulou um esboço da resolução de sanções, acordado por todos os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU depois de meses de negociações (Fonte: noticias.uol.com.br 20/05/2010).
O maior interesse do Brasil é dominar totalmente a tecnologia de enriquecimento de urânio para fins energéticos que está sendo desenvolvida em laboratório e também vendê-lo, pois, segundo dados oficiais (INB – Indústrias Nucleares do Brasil S.A.), ocupa a sexta posição no ranking mundial de reservas de urânio (por volta de 309.000t de U3O8). Segundo esta empresa, apenas 25% do território nacional foi objeto de prospecção, e as duas principais delas são a de Caetité (Bahia – mina Lagoa Real), e Santa Quitéria (Ceará). A expectativa da INB é produzir, até 2012, todo urânio enriquecido utilizado na usina nuclear de Angra I e 20% do combustível para Angra II.
Mapa do urânio no Brasil. Fonte: http://politicaexterna.com/wp-content/uploads/2009/04/uranionobrasil-thumb.gif
Descoberta em 1976, a mina de Caetité é feita a céu aberto, numa das 33 ocorrências localizadas numa faixa com cerca de 80 km de comprimento por 30 a 50 km de largura. Localizada a 20 km da sede do município, o complexo instalado produz um pó do mineral, conhecido por yellow cake. Esta reserva possui um teor médio de 3.000 ppm (partes por milhão), capaz de suprir dez reatores do porte de Angra 2 durante toda sua vida útil (Wikipédia).
A energia nuclear equivale a 2% da matriz energética brasileira.
Países produtores de urânio, 2007. As tadicionais potências no setor são Austrália e Canadá com, respectivamente, 24 e 28% da produção mundial.
Outra linha de pensamento – defendida por Marcos Gutterman do Estadão – afirma que por trás dos discursos do governo brasileiro em favor do “diálogo” e contra as sanções ao Irã, pode haver uma motivação simplesmente comercial. Gal Luft, do americano Institute for the Analysis of Global Security, diz na Foreign Policy que o Brasil está vivamente interessado em exportar etanol ao Irã; os iranianos, por sua vez, querem o combustível brasileiro para contornar seu problema crônico de falta de gasolina, alvo de sanções americanas. Para Luft, a culpa dessa aproximação entre Brasil e Irã é dos EUA, cujo Congresso, atendendo ao lobby ruralista, impôs tarifas ao etanol brasileiro, jogando o país no colo dos iranianos.
Do Uol notícias internacionais…
O Irã anunciou em 9 de junho de 2010 que vai continuar seu programa de enriquecimento de urânio, apesar das novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
A relação das potências ocidentais com o Irã se deteriorou com rapidez após a CIA (agência de inteligência dos EUA) detectar por satélite a existência da usina de enriquecimento de urânio escondida dentro de uma montanha próxima da cidade sagrada xiita de Qom em setembro de 2009.
O presidente Lula apesar de considerar “um equívoco” a aprovação de sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança da ONU assinou tais sanções em agosto de 2010. Alegou nunca ter desobedecido as resoluções do Conselho de Segurança e por ser a favor do multilateralismo e não do unilateralismo.
A presidente Dilma em maio de 2011 defendeu a postura de Lula de evitar o isolamento do Irã no cenário internacional. Segundo ela, não é bom isolar um país, uma pessoa ou um movimento social. Na sua opinião, é possível estabelecer canais de diálogo e colocar exigências aos iranianos. “Vamos exigir uma atitude contra o uso de armas nucleares e contra o extermínio de judeus. É uma posição que não concordamos e já manifestamos”, disse Dilma, em resposta a uma pergunta sobre o respeito aos direitos humanos no Irã (fonte desse parágrafo: Último Segundo, em 12 de maio de 2011).
Clique e entenda a expansão do programa nuclear iraniano – Fonte: Estadão.
Excelente texto companheiro!
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Forte abraço Bau!
Valeu a força Ricardo! Bacana poder contar com indicações de um colega de trabalho de alto gabarito!
Abração!